PERT e CPM – Métodos de planejamento

Luis Cyrino
24 set 2017
6
63136

Método de planejamento PERT e CPM

PERT e CPM – Na administração, o Program Evaluation and Review Technique (PERT) é uma ferramenta utilizada no gerenciamento de projetos.

As técnicas denominadas PERT e CPM foram independentemente desenvolvidas para a Gestão e Controle de Projetos em torno de 1958, porém a grande semelhança entre estas fez com que o termo PERT e CPM fosse utilizado corriqueiramente como apenas uma técnica.

O PERT foi desenvolvido pela NASA com o fim de controlar o tempo e a execução de tarefas realizadas pela primeira vez. O CPM foi criado na empresa norte-americana Dupont com o objetivo de realizar as paradas de manutenção no menor prazo possível e com o nível constante de utilização dos recursos. Os dois métodos são quase idênticos, porém, as empresas, em termos de manutenção, adotam basicamente o CPM.

O planejamento com os métodos PERT e CPM é realizado através de uma rede, apresentando uma sequência lógica do planejamento, com as interdependências entre as operações, a fim de alcançar um determinado objetivo. São colocadas na rede a duração das tarefas, para permitir uma análise de otimização de tempo e/ou de custo e programação em 3 calendários (Hirschfeld, 1978).

O PERT é um método de planejamento, replanejamento e avaliação de progresso, com a finalidade de melhor controlar a execução de um programa. Seu princípio fundamental é que o planejamento e programação constituem funções distintas e, portanto, devem ser tratadas separadamente (Stanger,1976). A rede e o emprego da estatística e dos computadores são os elementos que permitem distinguir o PERT de outras técnicas de planejamento (Evarts, 1972).

Segundo o autor, o PERT foi criado com a intenção de avaliar o progresso feito na consecução de objetivos, realçar problemas reais ou potenciais que se apresentam em um projeto, oferecer aos administradores relatórios frequentes e acurados, relativos ao andamento do projeto, estimar a possibilidade de se alcançar o alvo desejado e determinar o prazo mais curto para completar-se um projeto.

Segundo Stoner (1985), a principal diferença entre os métodos PERT e CPM encontra-se no tratamento das estimativas e na capacidade de incluir atividades repetitivas ou não repetitivas. Boiteux (1985) afirma que o CPM utiliza uma única estimativa de tempo para cada atividade, baseada no conhecimento prévio adquirido em trabalhos idênticos.

Enquanto PERT é o cálculo a partir da média ponderada de 3 durações possíveis de uma atividade (otimista, mais provável e pessimista), CPM é um método de apuração do caminho crítico dada uma sequência de atividades, isto é, quais atividades de uma sequência não podem sofrer alteração de duração sem que isso reflita na duração total de um projeto. Desta maneira, classificando-os em função do tratamento, a rede PERT é probabilística e o CPM é determinístico.

Alguns exemplos clássicos de aplicação de PERT/CPM é a gestão e planejamento da construção civil, mecânica, naval, etc.

Como vimos até agora, temos uma evidência que para as atividades da Manutenção o mais usual e melhor indicado é o método CPM, apesar de ambos serem muito parecidos. Vejamos então mais sobre o método CPM.

Método CPM

“Conteúdo da Apostila de módulos especiais – SENAI- Conde Alexandre Siciliano/SP”

 O CPM é um método que se utiliza de construções gráficas simples como flechas, círculos numerados e linhas tracejadas, que constituem, respectivamente:

  • Diagrama de flechas;
  • Atividade fantasma;
  • O nó ou evento.

Diagrama de flechas

É um Diagrama de flechas – gráfico das atividades, em que cada atividade é representada por uma flecha. Cada flecha tem uma ponta e uma cauda. A cauda representa o início da atividade e a ponta marca o seu final. As flechas são usadas para expressar as relações entre as atividades e definir uma ou mais das seguintes situações:

– Uma atividade inicia após o término de outras;

– Uma atividade deve suceder outras atividades;

– Uma atividade pode ocorrer simultaneamente a outras atividades.

Atividade fantasma (imaginária)

É uma flecha tracejada usada como artifício para identificar a dependência entre algumas atividades. É também chamada de atividade imaginária e não requer tempo. Observe a figura:

A figura exemplifica as seguintes condições:

A deve preceder B;

C deve preceder D;

E deve seguir-se a A e C.

Assim, as atividades A, B, C e D são atividades como tornear, montar, testar etc. Cada uma dessas atividades requer um tempo de execução, enquanto a atividade fantasma “E” é um ajuste do cronograma, isto é, depende apenas da programação correta.

Nó ou evento

Nó ou evento são círculos desenhados no início e no final de cada flecha. Têm o objetivo de facilitar a visualização e os cálculos de tempo. Devem ser numerados e sua numeração é aleatória.

O nó não deve ser confundido com uma atividade que demande tempo. Ele é um instante, isto é, um limite entre o início de uma atividade e o final de outra.

Construção do diagrama CPM

Para construir o diagrama é preciso ter em mãos a lista das atividades, os tempos e a sequência lógica. Em seguida, vai sendo posicionado as flechas e os nós obedecendo a sequência lógica e as relações de dependência. Abaixo de cada flecha, coloca-se o tempo da operação e acima, a identificação da operação.

Exemplo: Um torno apresenta defeitos na árvore e na bomba de lubrificação e é preciso corrigir tais defeitos.

O que fazer? Primeiramente, listam -se as tarefas, dependências e tempos, numa sequência lógica:

Em seguida se constrói o diagrama conforme figura abaixo:

O caminho crítico

É um caminho percorrido através dos eventos (nós) cujo somatório dos tempos condiciona a duração do trabalho. Por meio do caminho crítico obtém-se a duração total do trabalho e a folga das tarefas que não controlam o término do trabalho.

No diagrama anterior há três caminhos de atividades levando o trabalho do evento 0 (zero) ao evento 5:

A – B – D – F, com duração de 11 horas;

A – C – E – F, com duração de 9 horas;

A – B – imaginária – E – F, com duração de 10 horas.

Há, pois, um caminho com duração superior aos demais, que condiciona a duração do projeto, este é o caminho crítico. A importância de se identificar o caminho crítico fundamenta-se nos seguintes parâmetros:

  1. Permitir saber, de imediato, se será possível ou não cumprir o prazo anteriormente estabelecido para a conclusão do plano;
  2. Identificar as atividades críticas que não podem sofrer atrasos, permitindo um controle mais eficaz das tarefas prioritárias;
  3. Permitir priorizar as atividades cuja redução terá menor impacto na antecipação da data final de término dos trabalhos, no caso de ser necessária uma redução desta data final;
  4. Permitir o estabelecimento da primeira data do término da atividade;
  5. Permitir o estabelecimento da última data do término da atividade.

Frequentemente, o caminho crítico é tão maior que os demais que basta acelerá-lo para acelerar todo o trabalho. Tendo em vista o conceito do caminho crítico, pode-se afirmar que as tarefas C e E do diagrama anterior podem atrasar até duas horas sem comprometer a duração total.

Resultado final da aplicação do CPM

O método do caminho crítico permite um balanceamento dos recursos, principalmente mão-de-obra. O departamento de manutenção possui um contingente fixo e não é desejável ter um perfil de utilização desse contingente com carência em uns momentos e ociosidade em outros.

Para evitar este problema, o planejador joga com o atraso das tarefas com folga e o remanejamento do pessoal envolvido nas tarefas iniciais. Nas paradas para reformas parciais ou totais, após o balanceamento dos recursos físicos e humanos com programação de trabalho em horários noturnos e em fins de semana, pode ocorrer ainda a carência de mão-de-obra.

Neste caso, a solução é a contratação de serviços externos ou a ampliação do quadro de pessoal. Essas decisões só podem ser tomadas após a análise e comprovação prática das carências.

 

Fonte:

Apostila de módulos especiais – Escola SENAI / SP

https://pt.wikipedia.org

Comentários

6 respostas para “PERT e CPM – Métodos de planejamento”

  1. Edgard disse:

    Excelente material! Parabéns!

  2. Lucas disse:

    Maravilhosa essa explicação. Simples e direta sobre um assunto muito complexo, mas já deu um início ótimo!!

  3. José Correia do Nascimento( Zezito)) disse:

    Maravilha….
    Simplesmente maravilhoso….

  4. Sergio Sant'Ana disse:

    Explicação sucinta e bem fácil de se compreender. Parabéns!!

  5. Nilton Severino disse:

    boa noite, a linha fantasma não deveria estar virada para baixo, ja que E depende de B e C?
    Obg!

    • Luis Cyrino disse:

      Olá Nilton, a correção normalmente supõe que a correção estaria na atividade anterior, por isso a seta imaginária mostra o retorno paras atividades B e A, não o contrário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *