Chuveiros automáticos Sprinklers

Luis Cyrino
16 maio 2017
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Chuveiros automáticos (Sprinklers)

Por Eng. Jonas Pachciarek Roter e Bráulio Viana – SKOP Sprinklers

Sprinklers – Não é incomum o total desconhecimento quanto à utilidade, ou talvez da própria existência, dos Chuveiros Automáticos Contra Incêndio – os Sprinklers. Também não é incomum a divulgação de lendas como, por exemplo, a de que uma vez acionado um único Sprinkler todos os demais também serão.

Mas afinal, para que servem os Sprinklers?

Talvez a forma mais direta e simples de explicar sua função seja: “Sprinklers Salvam Vidas”. Desde sua invenção no início do século XIX, os Sprinklers demonstraram ser o mais eficiente equipamento automático de controle de incêndios.

Estudos publicados na década de 90 demonstram que em edificações que contam com sistemas de Sprinklers devidamente projetados, instalados e mantidos tiveram:

28% dos focos de incêndio controlados e extintos por apenas 1 (um) Sprinkler;

46% dos focos de incêndio foram controlados e extintos por apenas 2 (dois) Sprinklers e;

89% dos focos de incêndio foram controlados e extintos por até 15 (quinze) Sprinklers.

Há ainda a informação de que incêndios em hotéis protegidos por Sprinklers geraram danos materiais 78% menores quando comparados aos hotéis não protegidos, e que não há registro de mais do que 2 (duas) vítimas fatais em incêndios ocorridos em edificações protegidas por sistemas de Sprinklers corretamente projetados e conservados.

É quase evidente que para que tudo que foi exposto acima seja verdadeiro, diversos fatores deverão ter sido adequadamente alinhados, assim como: avaliação dos riscos, confecção de um projeto de instalação que siga as normas locais, escolha e instalação adequada de equipamentos e materiais e, claro, conservação adequada.

O processo começa com a escolha de um projetista renomado e com a experiência necessária na avaliação dos riscos do tipo de edificação em questão e que siga todas as normas de projeto e instalação (Ex: ABNT NBR 10897 e ABNT NBR 13792). Dependendo do Estado/Cidade este profissional deverá ainda ser cadastrado junto ao Corpo de Bombeiros local e/ou Cidade.

A instalação e conservação seguem processo similar onde a empresa escolhida deve seguir fielmente tudo que foi definido no projeto e nas normas. Em alguns casos, ao final da instalação, é interessante que o projetista seja chamado para uma avaliação geral.

No entanto, de que adiantará todo o trabalho acima descrito se um dos principais atores deste processo, os Sprinklers, não possuírem as características previstas no projeto? Como o projetista, instalador ou mesmo o usuário final podem se certificar de que os produtos utilizados funcionam da forma prevista e tem as características consideradas durante o projeto (volume de água distribuído, tempo e temperatura de operação, etc.)?

A resposta é simples: EXIGINDO PRODUTOS CERTIFICADOS QUE ATENDAM AS NORMAS NACIONAIS!

Como é possível saber se um Sprinkler funcionará da forma esperada em caso de incêndio?

O Sprinkler é o único componente de todo o sistema de proteção, que não pode ser pré testado, diferentemente de bombas de água, tubulações, válvulas, pressostatos, manômetros, entre outros. Semelhantemente a um fósforo que fica inutilizado ao ser aceso, é impossível testar efetivamente o funcionamento de um Sprinkler antes de instalá-lo em sistema de prevenção.

A produção de cada Sprinkler certificado conta com uma longa série composta por mais de 140 processos distintos. E o mais interessante é que cerca de 80% destes processos estão diretamente relacionadas ao controle de qualidade. Isso sem considerar todos os processos de controle de qualidade efetuados em elementos como o bulbo (que conta com mais de 800 pontos de controle ao longo de seu processo de produção).

O claro desafio encontrado é o de garantir que os Sprinklers produzidos por um determinado fabricante, que produz centenas de milhares de Sprinklers ao ano, tenham as características e eficácia desejadas.

Respondendo então à pergunta inicial

Só é possível garantir a eficácia de um Sprinkler e torná-lo um produto confiável, através de um rigoroso Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) ao longo de todo processo fabril, isto é, desde o recebimento da matéria prima, passando por cada etapa de produção (corte, forja, usinagem, montagem, ensaios, …), chegando aos processos de empacotamento e remessa do produto para o mercado.

Somente desta forma cada uma das etapas será executada de forma correta, contribuindo com a construção de um produto em equilíbrio e eficaz, e com comprovada qualidade.

E todo o processo fabril necessita de atenção especial, pois nenhuma das etapas pode ser realizada sem a supervisão dos mecanismos de controle de qualidade, podendo ter resultados catastróficos para o usuário final ou para o próprio fabricante.

Normas vigentes sobre os Sprinklers

São as normas que fornecem as bases que definem os parâmetros e referências técnicas necessárias ao bom desempenho de um produto e são o elo essencial para garantia da segurança entre a indústria e o mercado consumidor.

No caso específico dos Sprinklers esta norma é a ABNT NBR 16400. Esta norma, que sucedeu em 2015 as antigas normas 6125 e 6135, eleva a padrões internacionais os níveis brasileiros de exigência.

A edição da ABNT NBR 16400:2015 representa um importante passo para a qualificação do mercado brasileiro de Sprinklers. Um exemplo prático disso é o aumento em 110% na quantidade de ensaios (testes) em relação à suas antecessoras.

Este número equivale a cerca de 75% dos ensaios presentes nas normas internacionais (que incluem diversos ensaios que não se aplicam à realidade e/ou clima brasileiro).

Quer saber mais sobre o tema? Consulte o site da ABNT no link abaixo, fonte dessa matéria.

http://www.abnt.org.br/certificacao/nat/artigos-tecnicos/5278-chuveiros-automaticos-sprinklers

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