Repetitividade nas intervenções de manutenção

Luis Cyrino
31 mar 2019
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Repetitividade nas intervenções de manutenção

Repetitividade nas intervenções de quebras e falhas são com certeza fatores de muita preocupação para a área de Manutenção nas empresas.

Esse tipo de recorrência tem vários fatores que merecem ser discutidos amplamente na Manutenção e por vezes com outros setores da empresa.

Se olharmos pela ótica da Confiabilidade, podemos dizer que essa repetitividade de quebras ou falhas está ligada diretamente à falta de uma manutenção adequada.

O que vem a ser essa repetitividade?

Repetitividade num conceito amplo é tudo aquilo que se repete várias vezes, acontecimentos recorrentes, frequentes, seguidos e por aí vai.

Trazendo esse conceito para o nosso tema sobre quebras e falhas repetitivas não muda muito, só precisamos acrescentar algumas características nesse evento e torna-lo mais prático e entendível.

Esses eventos de repetitividade de quebras e falhas em máquinas e equipamentos é algo muito sério e merece uma atenção toda especial da Manutenção. Ao primeiro sinal de que isso esteja acontecendo, as tratativas devem ser imediatas para eliminar a causa raiz do problema.

Quando considerar quebras e falhas repetitivas

Baseado nos conceitos já vistos acima e na minha experiência de campo, podemos considerar quebras e falhas repetitivas a partir de três eventos consecutivos ou intercalados.

O importante é a Gestão da Manutenção definir em suas premissas, o que ela vai considerar como repetitivo. Minha sugestão se basearia em vários fatores a considerar, tais como:

  • Quebras ou falhas iguais ou similares

Esse é um fator importante de entendimento para considerar se uma quebra ou falha é repetitiva ou não. Por exemplo, temos um servo-motor que por várias vezes não ligava e foi necessário reiniciar o sistema de comando para voltar a funcionar.

Então essa falha é considerada repetitiva por ser igual nos vários eventos, certo? Agora digamos que por duas vezes isso tenha acontecido, mas uma terceira falha nesse mesmo servo-motor foi que o mesmo estando ligado, do nada parou de funcionar.

Podemos entender que neste caso seria uma falha repetitiva pela similaridade do evento, ou seja, duas vezes não ligava e na terceira vez parou de funcionar. Isso nos remete a um problema que pode ter uma mesma origem e que deve ser analisada.

  • Num mesmo item, conjunto ou sistema da mesma máquina ou equipamento

Nesta situação é quando a quebra ou falha acontece exatamente no mesmo local e na mesma máquina. Um mesmo motor que queimou, problemas no sistema de vácuo ou no conjunto de secagem UV por exemplo.

Veja que podemos nos basear em critérios que podem ter outros entendimentos e validação, é uma questão de criar parâmetros e seguir.

  • Num mesmo item, conjunto ou sistema de máquina ou equipamento diferentes

Aqui nesse critério, podemos nos basear no exemplo acima do motor, sistema de vácuo e conjunto de secagem UV. O que difere é que essas quebras ou falhas aconteceram em diversas máquinas, mas de mesmo modelo.

A Manutenção deve se ater aos detalhes dos acontecimentos, falhas ou quebras sucessivas por exemplo nos sistemas de vácuo da máquina X na Y e na Z é estranho.

Pode ser que esses eventos tenham alguma conexão e para descobrir isso, somente fazendo a análise de falhas por considerar esses eventos como repetitivos.

Período a considerar como repetitivo

Acredito que nesse caso de período a considerar também deve ser de entendimento da Gestão da Manutenção. Como diz o dito popular, não tem uma “receita de bolo”, isso vai do entendimento e vários outros fatores a considerar. Vamos falar de um exemplo para melhor ilustrar uma situação:

A corrente de transmissão do elevador da máquina XYZ quebrou duas vezes em um mês e voltou a quebrar seis meses depois. Posso considerar isso como uma quebra repetitiva?

Neste caso precisamos avaliar a vida útil da corrente e entender que se bem cuidada não deveria ter quebrado nesse tempo. Então devemos considerar esse evento como uma quebra repetitiva.

Agora, considerando o mesmo exemplo, só que a mesma quebra depois dos mesmos seis meses aconteceu só que em outra máquina que é igual ou mesmo modelo da anterior, consideramos repetitivo também?

Segundo as premissas que eu considerei acima, com certeza é uma quebra repetitiva e deve ser avaliada o quanto antes.

Então, o que quero enfatizar com esse exemplo é a importância de se estabelecer alguns parâmetros, no qual a Manutenção vai considerar uma quebra ou falha sendo repetitiva ou não.

Tratativas da repetitividade

A repetitividade de quebras ou falhas deve ser um critério para se buscar a causa raiz do problema. Como já mencionado num outro artigo que falamos sobre o tema, fazer essa tratativa independe do tempo “gasto” para essa intervenção da Manutenção.

O fator repetitividade por si só já é motivo de alerta para se fazer uma análise das causas desse problema. Para tanto é necessário o uso das ferramentas de Análise de falhas para determinar a ou as causas raiz dessa quebra ou falha.

Veja mais sobre a “Análise de falhas”

Conclusão

Como podemos ver, o entendimento sobre a repetitividade de quebras ou falhas é importante e deve ser tratado pela Manutenção. Se já não bastasse o setor ser muitas vezes criminalizado pelas intervenções de corretiva, imaginem quanto se tratar de eventos repetitivos.

E mesmo que não fosse, eventos do tipo devem sempre acender um sinal de alerta na Manutenção, e por diversos motivos. Isso trataremos em outro artigo pois as causas podem vir de diversas maneiras e nem sempre devem recair sobre a manutenção como causa principal.

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