Teoria das Restrições

Luis Cyrino
8 mar 2021
0
10695

Teoria das Restrições

Teoria das Restrições (TOC – Theory of Constraints) é um paradigma de gestão que considera qualquer sistema gerenciável como sendo limitado em alcançar mais do que suas metas por um número muito pequeno de restrições.

Introduzida por Eliyahu M. Goldratt em seu livro “A Meta” de 1984, a publicidade e liderança por trás dessas ideias foram exercidas principalmente pelo Dr. Goldratt através de uma série de outros livros, seminários e workshops.

O que são restrições?

Restrições num sentido mais amplo significa o ato ou efeito de restringir algo, uma condição que restringe, que traz uma certa limitação. Restrições pode ser condicionada, imposta ou mesmo existir de forma involuntária ou oculta.

E no caso dessa teoria das restrições, é baseado nessa forma involuntária ou oculta que se considera algum tipo de limitação não percebida ou entendida.

Qual o propósito dessa teoria?

A Teoria das Restrições é uma metodologia de melhoria de processos que enfatiza a importância de identificar a “restrição do sistema” ou gargalo.

Identificado e corrigido essa restrição ou gargalo, as organizações podem atingir seus objetivos financeiros. Com isso conseguem entregar seus pedidos no prazo previsto e sem falhas ou devoluções (OTIF – On Time In Full) aos seus clientes.

Com a implementação da Teoria das Restrições pode-se obter outros benefícios como melhor controle sobre as operações e menos estoque.

A analogia da cadeia restritiva

Nenhum sistema é perfeito, ou seja, sempre deve ter uma restrição que limite sua eficácia. A conclusão disso é que nenhum sistema tem uma produção infinita sem algum tipo de problema.

Portanto, qualquer sistema tem uma restrição de momento ou que em algum momento vai aparecer. A teoria busca, nesse caso, se antecipar à essas possíveis restrições ou gargalos e encontrar soluções para que não aconteça.

Resumindo, a teoria das restrições trabalha com a hipótese de que existe algum elo mais fraco em toda a cadeia produtiva, incluindo fornecedores e o cliente final.

Internamente isso inclui não só o setor produtivo, mas todos os departamentos de uma organização, que de alguma maneira tem participação nessa cadeia produtiva.

Consequências das restrições

Uma coisa é certa, qualquer que seja a restrição, isso limita a eficácia de cada etapa de um processo. E como consequência, afeta os processos anteriores e posteriores pois limita em perda de tempo e dos resultados esperados.

Agora quando devidamente identificadas, essas restrições podem ser bem gerenciadas. E essas ações fornecem o caminho mais rápido para melhorias significativas e formam a base para o crescimento contínuo.

Mas quando ignorada, a restrição pode permanecer ociosa, desperdiçando a capacidade do sistema como um todo. Uma restrição fora de controle também pode causar estragos nos cronogramas de entrega e causar atrasos imprevisíveis.

Portanto, é crucial para qualquer gestão trabalhar na identificação de suas restrições e conseguir sanar esse elo mais fraco de sua cadeia produtiva. Quer sejam restrições no ambiente externo ou em seu ambiente interno, ou na pior das hipóteses, em ambos.

As cinco etapas da Teoria das Restrições

  1. Identificação da restrição

Essa etapa é crucial onde devemos nos ater na identificação da restrição que mais compromete um processo específico. Podemos utilizar nessa etapa as ferramentas da Árvore da Realidade Atual (ARA) ou Diagrama de Causa e Efeito juntamente com os 5 Porquês, dentre outras.

  1. Explorando a restrição

Com a restrição identificada, focar para que a mesma seja utilizada de modo a poder identificar onde podemos reverter suas deficiências.

  1. Adequar os processos à restrição

Nessa fase devemos adequar todas as fases de um processo com a restrição encontrada. Como uma restrição é um fator limitante para todo o processo, são necessárias algumas adequações até que essa restrição seja 100% sanada.

  1. Eliminar ou melhorar a restrição

Com o processo como um todo já adequado à restrição, nesta etapa se faz o trabalho de melhorar essa restrição. Identificar melhorias para sanar 100% ou na impossibilidade disso, restringir seus efeitos o máximo que puder.

  1. Reiniciar o processo de mapeamento

Uma vez que uma restrição foi eliminada ou suprimida, provavelmente uma nova restrição surgirá dentro desse processo. Portanto o processo de melhoria contínua é necessário, sempre trabalhando com a repetição dessas cinco etapas.

Aplicando a Teoria das Restrições na Manutenção

A área de manutenção tem um papel importante nos resultados de uma empresa pois precisa garantir a disponibilidade e produtividade dos ativos produtivos.

Sua gestão assertiva se torna imprescindível para que isso aconteça, mas problemas existem ou podem surgir e precisam ser resolvidos. Nada melhor que usar de ferramentas para identificar e solucionar tais dificuldades.

E baseado no conceito da Teoria das Restrições podemos afirmar que é possível utilizar seus conceitos na Gestão da Manutenção. A teoria afirma que qualquer sistema gerenciável é limitado para alcançar suas metas por algumas restrições, então na Manutenção com certeza não é diferente.

E sabemos que na Manutenção podemos encontrar diversos tipos de gargalos que deixam os processos ineficientes. Podemos ter restrições ou gargalos na qualidade da equipe, falhas no planejamento das manutenções, estoque de sobressalentes deficiente e por aí vai.

Na área de Manutenção podemos usar a ferramenta do Diagrama de Causa e Efeito para identificar as restrições ou gargalos. Podemos usar os 6 Ms para fazer isso:

  • Material
  • Mão de obra
  • Métodos
  • Máquina
  • Medidas
  • Meio ambiente

E complementando as necessidades de identificar as restrições podemos utilizar as ferramentas dos 5 Porquês, Brainstorming, Arvore da realidade atual – ARA, dentre outras. O importante é definir um caminho a ser seguido para identificar o problema e propor as ações de melhorias.

Conclusão

Utilizando essa teoria podemos chegar a conclusões que os problemas podem existir de várias maneiras. Não se surpreenderia se uma restrição na Manutenção por exemplo, fosse simplesmente causada por problemas inerentes ao setor.

Ou mesmo fossem causadas por problemas não físicos como situações de mercado, novas leis ou regulamentações, etc.

Outro fator importante a ser verificado é aplicar com precisão as medidas apropriadas em torno da restrição identificada.

Caso isso seja negligenciado, é possível que essa restrição se altere ao encontrar efeitos indesejáveis em outras partes do processo ou sistema.

O que podemos concluir é que a Teoria das Restrições é uma ótima ferramenta para alinhar os processos e sistemas de qualquer área de trabalho. E que na Manutenção isso é totalmente praticável para uma melhoria contínua na obtenção de resultados ótimos.

O Manutenção em foco pode utilizar essa ferramenta dentre outras para identificar as restrições ou gargalos na sua Manutenção. Entre em contato sem compromisso que podemos lhe oferecer soluções para uma Gestão da Manutenção mais assertiva.

 

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_restrições

https://www.tocinstitute.org/theory-of-constraints.html

https://metova.com/theory-of-constraints-5-focusing-steps/

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *