Centro de Gestão de Operações – CGO

Luis Cyrino
5 maio 2022
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Centro de Gestão de Operações – CGO

Centro de Gestão de Operações – CGO podemos definir com um local onde são centralizadas todas as informações operacionais de certos processos.

Processos operacionais que estão sendo monitorados em tempo real onde qualquer tipo de desvio é relevante e interfere sobremaneira na sequência de uma ou várias operações. Normalmente se conhece esse termo de gestão como simplesmente “Centro de Operações”.

Esse tipo de atividade é muito utilizado em centrais elétricas por exemplo, onde o monitoramento do sistema precisa ser constante. E outros segmentos como transportes de cargas, centros de distribuição, áreas de petróleo e gás, dentre outras.

Principal função de um Centro de Gestão de Operações

Podemos atribuir como principal função de um Centro de gestão de operações – CGO, a centralização de todas as informações pertinentes de uma empresa. Ainda podemos criar um CGO para determinada área de uma empresa onde os riscos identificados de paralização de um processo seja real.

Essa centralização seria para o planejamento, controle e monitoramento dos indicadores, uma gestão constante. A ideia de uma centralização dessas informações, facilita o gerenciamento na tomada de decisão e controle de todas as operações ao mesmo tempo.

Com isso se busca uma visualização constante de todas as operações em tempo real, integradas e organizadas. Em suma, a gestão consegue com isso ter uma visão clara em todo momento dos processos em curso.

Com essa visão, as ações de correção de qualquer desvio podem ser imediatas. E mais que isso, oferece muitas oportunidades de melhorias de seus processos em cada etapa das operações.

Criação de um Centro de Gestão de Operações – CGO

No meu entendimento, a criação de uma área com essas atribuições deve ser definida com base em riscos identificados. Ou seja, se eu tenho um processo onde a sua paralização é considerada catastrófica, seu monitoramento em tempo real é necessário.

E a criação de um centro de gestão de operações deve ser implantado para evitar que isso aconteça. E caso aconteça, essa área tenha de prontidão ações para reestabelecer essa operação no mínimo de tempo possível, ter o chamado plano de contingência.

Alguém pode me dizer que isso é possível sem a criação de uma área específica para isso, sim isso é verdade. Mas a ideia de um centro de gestão de operações é para grandes operações que são extremamente impactantes se houver algum sinistro.

Por isso é importante uma avaliação de risco para identificar o tamanho do prejuízo e de acordo com a dimensão dessa operação.

Centro de gestão de operações na Manutenção industrial

A ideia de fazer este artigo vem de um contato tempos atrás com o editor do livro “Gestão plena de ativos físicos.” A ideia aqui é entender a possibilidade de implantação de um Centro de Gestão de Operações na área da Manutenção industrial. Já de início te pergunto, o que você acha disso, é possível, funciona?

Na minha opinião isso é possível sim, e devemos fazer aquelas avaliações de risco das operações já citadas anteriormente.

Portanto isso só se torna viável a meu ver para grandes centros produtivos e seriados, como uma linha de montagem automotiva, por exemplo. Mas isso ainda deve passar pelo crivo do risco, o quanto é admissível uma parada numa linha desse tipo?

Minhas considerações sobre a questão

Um centro de gestão de operações que conhecemos entendo que basicamente possui as mesmas funções de um PPCM + Engenharia de Manutenção.

Uma grande diferença entre eles seria a condição essencial de um CGO que é o monitoramento online de toda a operação, muito bem estruturado. Temos como exemplo as centrais elétricas que tem toda a operação monitorada 24 horas por dia.

Quando falamos sobre a geração de ordens de serviço, as condições de um CGO tradicional trabalham da mesma maneira que o PPCM. Ou seja, as tratativas da emissão e conclusão de uma OS são realizadas, principalmente pela necessidade do histórico de informações de cada ativo.

Um ponto importante e extremamente relevante na ideia de um CGO na Manutenção é a integração com a Segurança. Acredito nisso por entender que as principais causas de incidentes e acidentes no trabalho estão intrinsicamente ligadas as áreas operacionais e de manutenção.

Simpatizo com a ideia a partir do momento que a Segurança do trabalho deixasse de ser um braço do RH. Ou que se destinasse um técnico somente para área industrial e que se reportasse ao CGO.

Operação do centro de gestão de operações

Para trazer esse modelo de gestão para o segmento industrial, é importante a definição do operador desse centro de gestão operacional. Como já mencionado, esse centro de gestão de operações na indústria deve unir o PPCM e a Engenharia de Manutenção.

Portanto devemos ter uma equipe destinada a operacionalizar esse centro com especialistas técnicos e de engenharia elétrica e/ou mecânica. E sob o comando de um gestor macro como o Gerente/Coordenador de Manutenção.

E para gerenciar todo esse trabalho de planejamento, monitoramento e controle de todas as informações, um software – CMMS é imprescindível.

O armazenamento e gestão de dados é uma necessidade essencial da manutenção moderna. E outras funções básicas como cadastro dos ativos, planos de manutenção e lubrificação detalhados de cada ativo e instalações.

Bem como a sua revisão anual conforme o histórico de intervenções, hoje normalmente uma função atrelada ao PPCM.

Centro de Gestão de Operações e a Manutenção assistida

 Esse tipo de assistência presente no modelo tradicional do CGO, é realizado também pela área de PPCM quando se tem uma boa estrutura. Como também todos os registros das atividades realizadas, peças e componentes utilizados, entre outros. Uma estrutura bem definida tem a sinergia da área de Engenharia de Manutenção que juntamente com PPCM dão todo o suporte para a gestão de Manutenção.

A aplicação desse modelo tradicional, vejo como muito interessante nos segmentos da construção civil e condomínios. São segmentos que acredito, tem uma grande deficiência na gestão dos ativos.

Na indústria em geral vejo como necessário também, mas que precisa certamente passar pelo crivo dos riscos associados e porte da empresa.

Conclusão

Paralelamente ao tema em discussão, vejo atualmente um grande problema nas empresas em geral. E não criadas por ela e sim pelas ideias e propagação de muitas ferramentas e metodologias que se repetem.

Muda-se os nomes, acrescenta um detalhe a mais, mas a finalidade é a mesma. Os colaboradores se veem no meio de uma salada de novos termos que são jogados constantemente no meio fabril. E sempre colocados como um novo método ou processo que vai alavancar a produção/manutenção.

E ao se avaliar suas finalidades e meios percebo que muitas das vezes, é simplesmente mais das mesmas coisas. O fato sobre ter ou não ter um centro de gestão de operações pode ser uma boa iniciativa no meio industrial. Guardadas é claro as devidas avalições de viabilidade por ser um modelo de gestão altamente tecnológico.

Seria necessário investimentos em IoT e alteração significativa na estrutura e organograma da Manutenção. Mas a modernidade bate às portas de todos os segmentos de trabalho, uma adequação dessas pode gerar ótimos resultados.

Espero ter contribuído de alguma maneira trazendo os conceitos e aplicabilidade à cerca da viabilidade de criação de um Centro de Gestão de Operações. Particularmente simpatizo e muito com essa definição e aplicabilidade.

Acredito ser bem vinda e como uma ótima sugestão para um novo patamar de gestão e atuação da manutenção industrial. E você, ao final desse conteúdo, o que acha disso, possível ou utopia pensar nessa possibilidade?

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