Custeio e seus métodos

Luis Cyrino
23 ago 2021
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Custeio e seus métodos

Custeio é o nome dado à apuração dos custos dentro de uma empresa de forma a classifica-los. É preciso entender quais desses custos estão ligados diretamente à fabricação do produto ou serviço.

Ou seja, precisamos saber se esses custos são diretos ou indiretos para atribuição dos valores corretamente. Essa apuração é importante porque possibilita calcular, com maior precisão, informações sobre o desempenho financeiro do negócio.

Para Wickert (2004) os método mais conhecidos pela comunidade acadêmica e operacional são: custeio baseado em atividades (Activity Based Consting – ABC), custeio por absorção, custeio variável e custeio padrão. Já para Moura (2005), existem basicamente dois métodos de custeio, por absorção e variável. Vamos ver neste artigo os quatro métodos citados por Wickert.

Custeio direto (ou variável)

Método de Custeio Direto é um dos métodos de Custeio mais conhecidos e utilizados entre as empresas. Principalmente aquelas que trabalham no modelo industrial ou comércio e um dos principais motivos para isto é sua simplicidade e objetividade.

Leoni (1996) diz que o sistema de custeio variável ou direto é um método que considera apenas os custos variáveis de apropriação direta como custo do produto ou serviço.

É o critério utilizado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa. Este sistema só agrega os custos variáveis aos produtos, considerando os custos fixos como despesas. O uso deste sistema exige a clara distinção entre custos diretos e indiretos, o que pode gerar o uso da arbitrariedade.

O sistema de custeio variável procura as distorções existentes nos critérios de rateios exigidos no sistema de custeio por absorção. No custeio por absorção os custos fixos são rateados aos produtos e/ou serviços enquanto no custeio variável estes custos são tratados como despesas, e vão direto para o resultado.

Vantagens

  • Destaca o custo fixo, que independe do processo fabril;
  • Não ocorre a prática de rateio;
  • Evita manipulações, fornecendo o ponto de equilíbrio;
  • Enfoque Gerencial;
  • Os dados necessários para análise da relação custo/lucro/volume são rapidamente obtidos.
  • É totalmente integrado com o custo padrão e orçamento flexível.

Desvantagens

  • O custo variável não é aceito pela auditoria externa das entidades que tem capital aberto e nem pela legislação do IR;
  • O valor do estoque não mantém relação com o custo total;
  • Isoladamente, não se aplica para formação do preço de venda.

Custeio por absorção

Custo por Absorção tem como premissa debitar ao Custo dos produtos vendidos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais.

O próprio nome do Método de Custeio por Absorção deixa claro o que precisa ser feito: garantir que cada produto absorva uma parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação.

Meglioni (2001) define que o custeio por absorção é o método que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou indireta.

Assim todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos. O sistema de custeio por absorção apropria todos os custos da área de fabricação.

Os custos diretos são apropriados mediante apontamento de forma objetiva e os custos indiretos são apropriados através de rateio, entre os critérios mais utilizados temos a proporcionalidade ao valor da matéria-prima consumida, ao valor da mão-de-obra direta, número de horas-homem, horas-máquinas.

A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento.

Já os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos são ativados nos estoques destes produtos.

Vantagens 

  • Considera o total dos custos por produto;
  • Formação de custos para estoque,
  • Permite a apuração dos custos por centros de custos.

Desvantagens 

  • Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos;
  • Não evidencia a capacidade ociosa da entidade;
  • Os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto, nem sempre justos;
  • Apresentar pouca quantidade de informações para fins gerenciais.

Custeio ABC – baseado em atividades

Custeio ABC, do inglês Activity Based Costing, ou Custeio Baseado em Atividades, trata-se de uma metodologia para rateio de custos. Auxilia no entendimento e definição de valores exatos sobre o quanto é gasto com a fabricação de um produto, ou na prestação de um serviço.

O custeio ABC (Custeio Baseado em Atividades) deriva dos modelos de outros métodos de custeio no intuito de evoluir para um método melhor.

O método do custeio ABC surgiu devido às inconsistências provenientes dos custeios tradicionais, quando da alocação dos custos indiretos. Elaborado inicialmente pelos professores americanos Robert Kaplan e Robin Cooper, durante a década de 1980, na Universidade de Harvard.

O custeio ABC parte do princípio que não são os bens ou serviços que consomem recursos, e sim são consumidos pelas atividades. E essas atividades, por sua vez, são consumidas pelos bens ou serviços. Assim, este método de custeio considera as atividades realizadas no processo produtivo para alocar os custos aos produtos.

Vantagens 

  • Administração e controle de processos internos controlados de perto;
  • Fluxo de trabalho com melhor definição e fluidez da operação;
  • Identificação rápida e detalhada sobre quais produtos, serviços ou ações geram os custos de maior expressão;
  • Diferenciação entre custos individuais e custos totais da organização;
  • Dados assertivos, possibilitando decisões mais efetivas;
  • Identificação de oportunidades, falhas de processo e de gestão;
  • Reduz as distorções provocadas pela utilização de critérios de rateio;
  • Criação de indicadores internos baseado no acompanhamento das atividades;

Desvantagens 

  • Dificuldade de mapear com exatidão todos as atividades do processo produtivo e sua duração exata;
  • Sistema não é aceito pela legislação para a elaboração de relatórios contábeis e para o cálculo de impostos;
  • É um método de custeio complexo e que leva tempo para sua apuração total;
  • É preciso formular os próprios padrões de análise, o que necessita muita dedicação por parte da equipe;
  • As informações buscadas podem não estar totalmente fidedignas;
  • Por ser baseado em atividades, necessidade de revisão constante.

Custeio Padrão

O custeio padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para registro da produção antes da determinação do custo efetivo. Em sua concepção gerencial, o custeio padrão indica um “custo ideal” que deverá ser seguido, servindo de base para mediar a eficiência da produção e conhecer as variações de custo.

Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido nas condições de plena eficiência e máximo rendimento. Perez Junior et al (1999, p. 154) diz que esse método tem como característica a determinação, com antecedência dos custos de cada produto ou linha de produção com base em análises e estudos especializados.

Esse método funciona como uma forma de planejamento, dentro de condições previstas. E pode medir a eficiência do processo produtivo, quando comparado com o custo real, pode identificar pontos que podem ocorrer ineficiências ou desvios de recursos.

Vantagens

  • Qualquer variação entre os custos padrão e o real são facilmente identificados;
  • Controle efetivo sobre os processos fabris;
  • Exatidão nos custos efetivos;
  • Através dos desvios entre custo padrão e o efetivo, é possível avaliar as causas;

Desvantagens

  • Os itens que compõe o custeio padrão são apurados por predefinições;
  • Pode dificultar a melhoria na gestão dos custos;
  • Processo de implantação do método é lento e demorado;
  • Conflitos gerados pela atribuição de reponsabilidades pelos desvios.

 

Conclusão

Entender isso é uma premissa para todo gestor, afinal devemos saber como são realizadas as composições dos custos do negócio. Ou seja, cada tipo de negócio utiliza métodos de custeio diferentes, o que mais se “encaixa” ao seu produto ou serviço.

Isso é preciso para fazer a correta precificação final para venda e obtenção do lucro. Assim, é possível que um negócio tenha o lucro esperado por uma questão de uma precificação correta. É fundamental que cada empresa avalie, dentre os diferentes métodos de custeio existentes, o melhor para seu modelo de negócio. Tendo o método de custeio definido, temos como fazer o rateio dos custos pela maneira objetiva que é por meio do centro de custos, veja mais sobre isso clicando AQUI!!

E na área de Manutenção, a gestão precisa entender sobre os métodos de custeio. Isso é necessário para fazer um correto controle de custos do setor e verificar onde pode ter desvios e como corrigir.

Essa é a parte administrativa que tem por finalidade atribuir conceitos sobre orçamentos e suas variadas formas de compor os custos. E você saberia dizer qual o tipo de custeio tem norteado os custos da empresa que trabalha?

Fonte:

https://administradores.com.br/

https://pjufmg.com.br/wp-content/uploads/2020/05/E-book-de-controle-de-custos-1.pdf

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