Indústria têxtil

Luis Cyrino
17 ago 2021
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Indústria têxtil

Indústria têxtil é aquela que trabalha com vários tipos de matéria prima que pode ser tecida, que se pode tecer. O termo têxtil vem da palavra latina textilis, que podemos traduzir como “tecer”.

No passado costumava se referir apenas a tecidos produzidos a partir da matéria prima natural. Mas, como os métodos mudaram ao longo do tempo, os têxteis passaram a incluir outros materiais de base sintética.

A indústria têxtil, portanto, tem como objetivo, a transformação de fibras em fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário principalmente. Mais itens como para o lar e uso doméstico como roupas de cama, tapetes, cortinas, etc. Tem também a fabricação de artigos têxteis para diversos outros segmentos como o automotivo.

Processos de fabricação

As indústrias têxteis têm seu processo produtivo muito diversificado, são inúmeros processos. Algumas podem possuir todas as etapas do processo têxtil, outras podem ter apenas um dos processos. Basicamente os processos são:

  • Beneficiamento matéria prima
  • Fiação
  • Tecelagem
  • Beneficiamento de tecidos
  • Confecção

Matéria prima da indústria têxtil

Como em todo processo produtivo industrial, a indústria têxtil conta com seus fornecedores, principalmente de matéria prima. Nesse processo, são usados diferentes tipos de fibras, como o algodão – que é uma fibra natural, mas também existe a artificial e sintética.

Segue alguns desses itens:

Linho: O linho, quando 100%, é completamente vegetal, composto de fibras naturais e bastante sustentável. É sete vezes mais que o algodão, por aproveitar todas as partes da planta e não empobrecer o solo.

Viscose: A viscose é uma fibra artificial assim como o cupro e a fibra de bambu. Diferente de fibras naturais como algodão e o linho, o processo de produção das fibras artificiais passam por uma transformação química.

Algodão: O algodão é uma fibra natural, produzida por arbusto (o algodoeiro) com ocorrência em regiões tropicais e subtropicais. O algodão é cultivado comercialmente por suas fibras e sementes.

Seda: A seda é uma fibra proteica usada na indústria têxtil obtida a partir dos casulos do Bombyx mori (bicho-da-seda). A fibra de seda natural é um filamento contínuo de proteína, produzido pelas lagartas de certos tipos de mariposas, sendo uma das matérias-primas mais caras.

Rami: O rami é a fibra têxtil mais antiga da Ásia e devido ao seu longo comprimento, as fibras finas do rami têm brilho como as fibras de seda. A planta de rami tem função antibacteriana e é perfeita para crescer em climas tropicais quentes e úmidos. É também oito vezes mais forte que o algodão, e com densidade e absorção comparáveis ​​ao linho.

Polyester: o poliéster tem sua composição de origem sintética, com uma categoria de polímeros. Contém um grupo funcional éster na cadeia principal, sendo a maioria termoplásticos. Esse tipo de fibra foi inventado pelos químicos britânicos John Rex Whinfield e James Tennant Dickson, que lançaram o primeiro poliéster chamado de terylene, em 1941.

 Manutenção na indústria têxtil

Com maquinas e equipamentos bem específicos, a indústria têxtil necessita de uma equipe de manutenção extremamente qualificados. Manter esses ativos diversos em perfeito funcionamento requer investimento na área de Manutenção.

A manutenção de máquinas têxteis de forma regular usando estratégias como a preventiva e preditiva é de suma importância.

Por se tratar de máquinas e equipamentos específicos, muitas empresas acabam por contratar empresas especializadas para fazer a manutenção desses ativos. Normalmente podem investir apenas nas manutenções emergenciais com equipes internas.

Dependendo do porte da empresa isso pode ser visto como viável e essa sistemática precisa ser entendida. Aí vem aquela velha dúvida, investir numa equipe interna ou externa para fazer as manutenções preventivas? Acredito que o porte da empresa e quais processos ela tem, vai dar um bom direcionamento para uma decisão.

Uma grande empresa com vários processos ou mesmo um ou dois pode investir na qualificação do seu quadro da Manutenção, afinal é seu core business. Já uma empresa até médio porte pode investir na contratação de serviços especializados para as manutenções maiores, anuais talvez.

E ter em seu quadro funcional uma pequena equipe para as manutenções corretivas e algumas planejadas, além da lubrificação. As opções são várias, tudo vai depender da alta gestão em querer esta ou aquela opção e o que melhor se adapta ao seu orçamento.

Máquinas e equipamentos da indústria têxtil

As máquinas e equipamentos de uma indústria têxtil como já dito, são bem específicas e para cada uma tem suas particularidades quanto a sua manutenção. Vejamos algumas delas para cada processo:

Cardas

As cardas são máquinas que realizam o processo de cardagem, utilizado no tratamento da fibra a ser utilizada na fabricação de fios.

É um processo mecânico que desembaraça, limpa e mistura fibras de modo a produzir um véu ou fita de fibras adequada aos passos seguintes do processo têxtil.

Isto é alcançado através da passagem das fibras entre duas superfícies muito próximas.

São revestidas com guarnição de pontas afiadas, que se movem diferencialmente, tanto a nível da velocidade relativa como também no sentido da rotação.

Nesse processo se rompe aglomerados de fibras desorganizadas e, em seguida, alinha as fibras individual e paralelamente umas às outras.

Bobinadeiras

Bobinadeiras são máquinas que como o nome já diz, forma bobinas de fios com uma quantidade bem maior desses fios em relação ao processo anterior.

Ou seja, no processo anterior, a primeira formação da matéria prima em fio é acondicionada em espulas/tubetes.

A bobinadeira repassa o fio dessas espulas para cones ou cilindros, aumentando a quantidade de fio acondicionado para favorecer os processos posteriores. Nessa condição, esse fio acondicionado em maior quantidade, passa a se chamar de bobina cônica ou cilíndrica”, ou simplesmente rocas.

Teares

Teares são máquinas têxteis usadas para tecer, ou seja, transformar fios em tecidos, podendo ser manual ou automática.

O processo parte do cruzamento de fios verticais (chamados na tecelagem de “urdidura”) e horizontais (conhecidos como “trama”), segue um padrão “embaixo/em cima”.

Ou seja, os fios horizontais são passados por cima e por baixo dos fios verticais, de maneira alternada, formando uma “tela”, e exatamente por isso é conhecido como “ponto tela”.

Máquina de fiação (convencional)

Nesse processo de fiação tem dois tipos de máquinas que são utilizadas para se chegar ao fio propriamente dito.

Ou seja, a finalidade da fiação é a obtenção do fio que é uma estrutura fibrosa linear com uma massa por unidade de comprimento bastante reduzida.

E para a fiação convencional de anel não é possível converter diretamente uma fita em fio, deve haver então um produto intermediário tanto em espessura quanto em torção, que é o pavio. Assim sendo é necessário acrescentar mais uma máquina no processo de fiação, a chamada maçaroqueira.

As maçaroqueiras possuem por finalidade a transformação das fitas em fios, ainda de grandes dimensões, chamados pavios. A transformação das fitas em pavios se dá por estiramento e torção, cujo processo é totalmente mecânico.

Máquina de fiação (de anel)

Após o processo passar pelas maçaroqueiras, e obtendo o produto “maçarocas”, este segue para o processo seguinte, chamado de fiação anel.

Na fiação anel, cada fuso é alimentado por uma maçaroca que é posicionada na parte superior da estrutura do filatório.

A mecha passa primeiramente pelo sistema, ou trem de estiragem (conjunto de cilindros e manchões emborrachados que promovem, através da diferença de suas velocidades periféricas, o estiramento da massa fibrosa).

Retorcedeira

O processo de fiação convencional produz fios, que são designados de fios singelos, com a característica principal das fibras estarem retorcidas em espiral em volta do eixo do fio.

Portanto temos como resultado a obtenção de um único fio que são acondicionados nas “espulas” ou “tubetes”. Mas dependendo da finalidade desse fio, é possível reunir dois ou mais fios simples.

E para fazer isso é usado um processo por meio de torção de modo a produzir um fio retorcido. Esse é o princípio de funcionamento da máquina Retorcedeira que consiste em alimentar os fios a serem retorcidos através de um par de cilindros. E os mesmos são retorcidos por intermédio de um fuso de rotação.

Outras máquinas e equipamentos

Além do que já vimos neste artigo, para completar todo o processo têxtil temos vários outros tipos de máquinas e equipamentos. Podemos citar os equipamentos para tingimento, alvejamento, vários tipos de secadores (estufas). E para finalizar todo esse processo temos as máquinas em geral para confecção, máquinas de costura reta e overloque, botoneiras, caseadeiras, entre outras.

Conclusão

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – Abit, temos mais de 25 mil empresas instaladas no país. Essas empresas empregam mais de 1,5 milhão de trabalhadores diretos e geram um faturamento anual de US$ 48,3 bilhões (dados de 2019).

Para tanto esse setor industrial tem investido e bastante na modernização de seu parque de máquinas e equipamentos. E isso carece de um investimento em profissionais mais gabaritados para atender a essa modernidade.

E na Manutenção isso não é diferente, estratégias assertivas precisam ser viabilizadas para o sucesso da operação. O tema não fica por aqui, faremos outros artigos mais específicos sobre a manutenção dessas máquinas e equipamentos.

 

Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carda

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_t%C3%AAxtil

http://texbrasil.com.br/pt/abit-3/

 

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