Pneus de frota e seu gerenciamento

Luis Cyrino
8 abr 2018
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Pneus de frota e seu gerenciamento

Pneus de frota e seu gerenciamento tem sido um tema bastante relevante e discutido ultimamente por conta de vários aspectos. Podemos citar por exemplo, o seu custo operacional que segundo alguns especialistas do setor, podem variar de 15 a 18%.

Outro fator relevante é que, se a gestão de pneus for ignorada pode trazer muitos problemas. Dentre eles a dificuldade de dirigibilidade, desgastes prematuros e riscos quanto a segurança tanto do ativo como do seu condutor e de outros a seu redor.

Portanto o controle rigoroso dos pneus de uma frota é parte essencial na geração de custos adequados de toda a operação.

Situações que diminuem a vida útil dos pneus

Segundo a Bridgestone/Bandag, existem cinco pontos, chamados como os “ladrões de quilometragem”. São eles: alinhamento, balanceamento, calibragem, desenho adequado da banda de rodagem e emparelhamento.

Segundo eles, quem administra bem estes itens, a redução de problemas com os pneus pode chegar a 85%. Vejamos então a partir dessas afirmações, algumas características sobre esses itens:

  1. Controle da calibragem dos pneus

O controle de pressão de forma inadequada reduz a quilometragem (KM) dos pneus na ordem de 30%, conduzindo a uma perda média de 50% na sua vida útil. Já com excesso de 30% de peso, perdesse 15% da vida útil. A pior condição é a falta de pressão, que acelera o desgaste e aumenta o consumo de combustível.

Além de reduzir a possibilidade de recapeamento do pneu, por isso é um dos fatores mais importantes para a boa manutenção preventiva do pneu (Bridgestone Bandag Tire Solutions – BBTS, 2010; Goodyear, 2010).

  1. Controle de alinhamento e balanceamento (10 mil Km)

O alinhamento do eixo dianteiro é uma condição existente pela legislação de transito, sob pena de multa e apreensão do veículo (sendo o uso exclusivo de pneu novo, mínimo de sulco do pneu em 1,6 mm do menor ponto do pneu).

O desalinhamento do eixo dianteiro é o que mais afeta a vida dos pneus em serviço das empresas. Isso porque provoca o arraste dos pneus causando desgastes irregulares, nas empresas que não fazem esse alinhamento e balanceamento, ou fazem no máximo, uma vez em cada troca dos pneus (DARIO, 2012). O balanceamento reduz a quilometragem e pode ser de três tipos:

  • Desequilíbrio estático;
  • Desequilíbrio dinâmico; e
  • Ambos; estáticos e dinâmicos juntos.

O desbalanceamento, além de ser desconfortável ao volante, causa um desgaste irregular e prematuro dos pneus, dos rolamentos do cubo e dos amortecedores (Goodyear, 2010; Dario, 2012).

  1. Emparelhamento dos pneus

Outro fator de redução de custo é o emparelhamento incorreto ou inadequado dos pneus, os pneus desemparelhados resultam na distribuição desigual da carga, devido à variação de diâmetro dos pneus, pois rodam com a mesma velocidade.

Como resultado será um desgaste rápido e irregular do desenho e sobrecarga num dos pneus, pois fatores como: diferença de pressão, os abaulamentos das estradas, também impedem o correto emparelhamento das rodas duplas.

As características de pneus que causam esse emparelhamento incorreto são entre outros, tipos de marca e modelo de pneus diferentes, colocar um novo e um usado ou recapeado e o desenho de bandas diferentes também não é aconselhável.

  1. Desenho da banda dos pneus

Para cada posição de rodagem, além de suportar a carga e permitir o deslocamento do veículo, tem uma função específica. No caso dos caminhões, por exemplo, os pneus dianteiros têm a função de conduzir o veículo para as direções desejadas, favorecendo as curvas e manobras.

Os pneus de tração têm a responsabilidade de transmitir a força e potência do motor, resultando na melhor produtividade do veículo. Os pneus de eixos livres, do Truck e da carreta, têm o compromisso de minimizar o arraste durante as manobras.

Por isso, existem diferentes desenhos de banda, um para cada tipo de posição de rodagem, e a escolha incorreta pode reduzir a quilometragem em até 40%.

Para determinar qual o melhor tipo de desenho da banda do pneu deve-se verificar que há basicamente dois tipos distintos de desenhos da banda de rodagem (região do pneu que fica em contato com o solo) para diferentes aplicações:

Borrachudos ou de Tração

Os Borrachudos são utilizados nos eixos de tração e são assim denominados por apresentarem um volume maior de borracha para melhorar a aderência evitando patinações.

Direcionais ou Eixo livre

Já os Direcionais são modelos de pneus utilizados nos eixos dianteiros que dão direção ao veículo e possuem um volume menor de borracha melhorando a sua dirigibilidade. Este último modelo também pode ser utilizado no eixo do Truck, e nas carretas, tanto nas de três eixos quanto nos Bi trem.

Outras classificações da banda de rodagem dos pneus

Banda de rodagem simétrica

Imagine um campo de futebol, da divisória do meio de campo para um lado ou para outro, o desenho e tamanho são iguais. No pneu é a mesma coisa, o lado esquerdo tem o mesmo desenho que o direito, ou seja, são simétricos. É o mais comum dos tipos de banda de rodagem. Oferece bom desempenho na maioria das situações.

Banda de rodagem assimétrica

Os desenhos da banda são diferentes e proporcionam desempenho superior aos simétricos. O objetivo da assimetria é maximizar o desempenho do pneu, melhorando a dirigibilidade, especialmente em asfalto molhado. Assim, os sulcos do pneu assimétrico vão direcionar a água acumulada na pista para as laterais do veículo.

Temos ainda os tipos de banda de rodagem para outros tipos de aplicação como para os caminhões off Road, da linha agrícola e de terraplanagem.

Veja também sobre a Gestão de frota, em seu conceito mais amplo.

Conclusão

De acordo com dados da CNT – Confederação Nacional dos Transportes (2014), em torno de 62% do transporte de carga no Brasil é realizado via transporte rodoviário. Imaginemos a seguinte situação, uma frota de 100 caminhões mais suas carretas, teremos na média 2.000 pneus.

Com base no custo médio atual, em torno de R$1.500 cada um, teríamos então algo em torno de 3 milhões de reais nas estradas somente com pneus. Com esses números podemos entender o quanto é importante fazer a gestão assertiva dos pneus.

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